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Sulgás Natural
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Responsabilidade Social
Marli Medeiros, idealizadora do projeto
CEJAK VILA PINTO
Ferramenta comunitária
para a inclusão social
O
Centro de Educação Ambiental da
Vila Pinto, zona leste de Porto Ale-
gre, surgiu em 1995 da necessidade
de um grupo de mulheres excluídas do mer-
cado formal criarem uma forma de trabalho
alternativa que garantisse autonomia finan-
ceira e a melhoria da qualidade de vida de
suas famílias e do ambiente onde moravam.
Lideradas por Marli Medeiros, líder comu-
nitária e idealizadora do projeto, decidiram
pela separação e seleção de material reci-
clável – atividade que não exigia experiên-
cia, nem escolaridade.Além disso, a matéria-
-prima era gratuita.
Com o apoio da organização alemã GTZ
elas conseguiram equipamentos e capaci-
tação. Inicialmente, era apenas um galpão
de reciclagem do Centro de Educação Am-
biental e depois veio o Centro Cultural Ja-
mes Kulisz (CEJAK) com a missão de ser ins-
trumento executor de atividades nas áreas
da cultura, educação, esporte, lazer, qualifi-
cação profissional e também alimentação.
O próximo passo do CEJAK é a construção
do gabinete dentário, além da ampliação da
área física do Centro.
Esporte, uma das atividades do centro
Atualmente, o CEJAK conta
com 12 programas e projetos
– que envolvem atendimento
a crianças e adolescentes das
zonas leste e norte da capital
gaúcha, atendimento ao idoso,
atendimento familiar, biblioteca,
cozinha comunitária e laborató-
rio de informática, entre outros
–, dispondo de 40 funcionários.
Faz cerca de 2.500 atendimen-
tos por mês, oferecendo em tor-
no de 200 refeições por dia. A
Sulgás contribuiu para o custeio
das despesas do Centro através
do programa Funcriança.
Autoestima
Conforme Marli Medeiros, os
galpões de reciclagem tiveram
seu auge há 10 anos, “quando
o lixo não era tão valorizado e
ainda não havia os catadores in-
formais”. Segundo ela, a expec-
tativa é de que a partir de 2016,
quando entram em vigor os de-
cretos sobre o fim dos lixões e
a proibição das carroças e car-
rinhos em Porto Alegre, os cata-
dores tenham uma nova oportu-
nidade e percebam a reciclagem
como um bom negócio. “Antes
as pessoas não tinham noção
do valor do lixo. Era aquilo que
os outros não queriam. Hoje é
matéria-prima”, observa Marli.
A idealizadora do projeto
lembra que as mulheres da Vila
Pinto sabem que o trabalho de-
las não só sustenta seus filhos
como dá sustentação ambiental
ao planeta. “Entendemos tudo
de resíduos sólidos e temos
bem clara a importância da se-
paração e do encaminhamento
correto do material reciclável”,
afirma. Destaca que esse com-
prometimento serviu para au-
mentar a autoestima das pes-
soas. “Nasceu dentro de cada
um a noção de que deixar o lixo
atirado na rua vai prejudicar os
próprios filhos”, explica Marli
Medeiros.
Arquivo CEJAK
Arquivo CEJAK